Esta semana fui ao Rio para uma reunião de trabalho na Fiocruz, e no momento em que o piloto do avião iniciou as manobras de pouso, este sobrevoou um pedaço da baia de Guanabara. Que visão horripilante. A água trm uma coloração escura entremeada por umas áreas pardacentas na desembocadura de qualquer rio que vem da baixada ou da cidade do Rio. Adiciona-se a este aspecto desagradável a presença de divesos tipos de lixo flutuando na superfície das águas desta baia que outrora permitia que se visse o seu fundo, de tão límpida que era. Triste, mas o Rio tem tido este aspecto ambiental e social. Quando cheguei ao aeroporto, fui surpreendido por um taxista que não queria ir até a Fiocruz devido ao estado de guerra que se encontra a localidade que esta instituição se encontra. Ouvimos todo tipo de caso sobre outros taxistas que haviam sofrido algum tipo de violência, e que algumas áreas não eram mais servidas. Pensei, a que ponto chegamos. Chegando à Fiocruz, fui até à Ensp, e na sala de um ...
Encontrei uns esboços no painel do blogger que eu nunca terminara e que merecem ser revisitados. Tentei escrever sobre como foi o meu retorno ao Brasil após 1 ano e meio de residência em Portugal. Morámos em Lisboa, na freguesia de Belém, em Portugal a divisão administrativa correspondente ao bairro é a freguesia. Isso remonta ao tempo da monarquia em que a Igreja era a grande ordenadora da vida civil dos cidadãos. No Brasil também era assim, mas a sanha positivista dos republicanos acabou com todas as estruturas que fizessem rememorar um passado monárquico e cristão na sociedade. esse movimento teve ser apogeu na destruição do Paço da Boa Vista por um incêdio causado pela negligência do governo. Eu fui fazer um estágio pós-doutoral IHMT. As nossas crianças estudaram em colégios privados, chegámos no meio do anos letivo, em janeiro, e houve uma certa dificuldade em inseri-los no sistema público. Neste ano e meio eu consegui revalidar os meus títulos acadêmicos e especialidade médica,...
Continuando a postagem anterior sobre a destruição do Rio de Janeiro não posso deixar de comentar sobre esta epidemia absurda de dengue. Hoje sinto-me como estivesse no século retrasado quando as epidemias grassavam e que causavam um enorme estrago econômico e social, só que há uma diferença. Naqueles idos tempos o conhecimento acerca das doenças era parvo e incapaz de explicar os mecanismos de transmissão, portanto as medidas de controle eram ridículas e ineficientes. Vivemos numa era em que se conhece até as proteínas da cápsula do vírus da dengue, onde todos os mecanismos de transmissão são conhecidos e que as medidas de controle são altamente eficazes. O que pode estar ocorrendo? São vários fatores possíveis, mas no meu ponto de vista somente um teria o poder de impedir a conjunção de todos, o que propicia a ruptura de um limiar epidêmico: o descaso e a incompetência das esferas de governo. Vamos discutir alguns fatores que propiciaram a formação da atual epidemia (e das passada...
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