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Mostrando postagens de 2008

Museu do Primeiro Reinado

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Hoje fui assistir ao evento música no museu em comemoração aos 200 anos da chegada da família real ao Brasil. O concerto musical ocorreu no museu do 1o. Reinado, um palacete em São Cristóvão que pertenceu à Marquesa de Santos. O espetáculo foi magnífico, uma cantora lírica acompanhada de um pianista apresentaram um repertório de músicas da época.  O museu está acabado e sem manutenção há muito.  Esse museu funciona na casa que foi incialmente da Marquesa de Santos, posteriormente da filha de D. Pedro I, D. Maria II rainha de Portugal e do Visconde de Mauá. Portanto é rica e fundamental para a memória do Brasil, mesmo assim está abandonada sob a gestão do governo do estado, representando mais um exemplo de descaso como o museu nacional, que é gerido pela UFRJ. Tirei algumas fotos do interior do museu.

O Rio de Villa-Lobos

Villa-Lobos foi sem dúvida o maior compositor brasiliano, infelizmente seu trabalho é mais valorizado no exterior que no próprio Brasil. O Brasil vive o auge da imbecilização cultural,  a massificação de uma cultura alienante é tácita e proposital. Se procurarmos os estilos musicais que mais fazem sucesso enconraremos o pagode, o samba, o funk e por ai vai. É bem verdade que alguns estilos populares demonstram bom acabamento musical tendo como exemplos a bossa nova, a música de alguns compositores como Chico Buarque e até mesmos ritmos populares bem elaborados como o choro .  Apesar dessa digressão minha intenção original é escrever postagens sobre a trajetória de Villa-Lobos e como seu estilo e genialidade única modificaram completamente o conceito musical de sua era. Vou começar com o ambiente cultural onde Villa nasceu e sugou a essência para depois transformar em melodias com um caráter nacional nunca dantes visto. Não pretendo esgotar este assunto nesta postagem e pretendo escreve

Um pouco de música - Villa-Lobos

Comecei a escrever esta postagem, mas não terminei. Estou querendo desvencilhar-me um pouco desta realidade calhorda e mediocrizante em que vivemos, por esta razão resolvi ler a biografia e ouvir a obra Villa-Lobos. Achei que iria ser uma tarefa simples e que encontraria livros em qualquer livraria e CDs sem dificuldades, grande engano. Apesar de ser o maior compositor brasileiro (em todos os sentidos) e tendo feito enorme sucesso no exterior, não encontrei sequer uma biografia decente e muito menos um CD. Eu parti para caminhos alternativos, ou seja, sebos e repositórios de arquvos mp3 na internet. Encontrei uma biografia muito fraca e várias músicas gravadas por orquestras ou intérpretes estrangeiros, se não me engano não há uma versão nacional atual para a obra de Villa. Mais um vexame nacional! Há também um filme biográfico de 2001 com Marcos Palmeira (Villa jovem) e Antônio Fagundes (Villa maduro) que é interessante, mas um pouco confuso. Ainda não consegui visitar o museu em Bot

O Rio de Janeiro Roleta Russa

Fui assaltado, finalmente aconteceu comigo o que já vem sendo registrado com outras pessoas próximas. Chegou a minha vez. É assim que se vive hoje nesta cidade, esperando que chega a vez de ser assaltado ou sofrer alguma violência direta. O pior é que meu filho estava no carro e diante das inúmeras histórias envolvendo crianças nestes últimos anos pode-se perfeitamente se avaliar como eu me senti. Mas vivemos em uma cidade roleta russa, onde estamos esperando simplesmente chegar a nossa vez. O Rio de Janeiro encontra-se submerso num lodaçal de corrupção e banditagem. Temos que retirar a palavra marginal do dicionário, os bandidos estão infiltrados em todas as instituições, vestindo togas, legislando, administrando e governando. Onde esse estado de coisas vai nos levar? simplesmente na nossa vez de sofrer não uma, mas inúmeras violências, até quando nos permitam sair vivos. Outro ponto é a violência indireta, esta sim mais pernciosa, infiltra-se no nosso subconsciente, nos fazendo m

São Sebastião - Fim após 119 anos

O Hospital de São Sebastião foi inaugurado aos 09 dias do mês de novembro de 1889 por SMI D. Pedro II, seis dias depois foi extinta a monarquia no Brasil. Assim nasceu o São Sebastião. Nos seus primórdios foi considerado um hospital de ponta, preparado para atender as doenças mais temidas pela população como a febre amarela. Este nosocômio foi criado para isso, socorrer a população em épocas de epidemia. Sua proximidade com a zona portuária e por distanciar-se do centro da capital tornaram a Quinta do Caju o local ideal para edificação deste nobre propósito. O terreno foi adquirido pelo governo em um leilão de uma antiga propriedade (a sede desta permanece na entrada do terreno). Lá foram construídos os pavilhões com modernas técnicas de exaustão e isolamento tendo em vista os conceitos difundidos à época. A inauguração deste hospital talvez tenha sido a medida mais inovadora do então governo de D. Pedro II. No decorrer dos anos e apesar da modernização das técnicas diagnósticas o Hos

Pausa forçada

Para os minguados leitores do meu blog (eu, minha esposa quando lembrada e meu filho quando souber ler) informo que a inserção de postagens foi interrompida, pois estou na fase final de elaboração de minha tese de doutorado. Em breve novos artigos.

Destruição do Rio II : O Dengue

Continuando a postagem anterior sobre a destruição do Rio de Janeiro não posso deixar de comentar sobre esta epidemia absurda de dengue. Hoje sinto-me como estivesse no século retrasado quando as epidemias grassavam e que causavam um enorme estrago econômico e social, só que há uma diferença. Naqueles idos tempos o conhecimento acerca das doenças era parvo e incapaz de explicar os mecanismos de transmissão, portanto as medidas de controle eram ridículas e ineficientes. Vivemos numa era em que se conhece até as proteínas da cápsula do vírus da dengue, onde todos os mecanismos de transmissão são conhecidos e que as medidas de controle são altamente eficazes. O que pode estar ocorrendo? São vários fatores possíveis, mas no meu ponto de vista somente um teria o poder de impedir a conjunção de todos, o que propicia a ruptura de um limiar epidêmico: o descaso e a incompetência das esferas de governo. Vamos discutir alguns fatores que propiciaram a formação da atual epidemia (e das passada

Destruição do Rio de Janeiro

Hoje eu fui visitar uma exposição das fotografias dos filhos de Marc Ferrez no CCBB. É sempre desalentador ver lugares como a lagoa Rodrigo de Freitas, praias de Ipanema e Copacabana e a Barra da Tijuca em seus estados primitivos, ainda intocadas pelas mãos do progresso. Eram lugares paradisíacos, acredito que a beleza destes lugares era ímpar, é entristecedor. Outra ação devastadora na nossa cidade foi contra a baia da Guanabara, totalmente deformada e aviltada com os soterros. O desmonte do morro do castelo e a construção da av. Pres. Vargas também causaram uma perda irremediável ao patrimônio cultural da cidade. Foi no morro do Castello que se iniciou a fundação da cidade, com o complexo jesuíta e o convento dos capuchinhos. Quando vou nestas exposições de fotografias antigas do Rio eu saio com um sentimento misto de decepção e estupefação, o primeiro pela destruição e o segundo pela beleza do que foi o Rio de Janeiro.

Superficialidade da erudição - O fim dos eruditos.

Vou citar um trecho de Schopenhauer (1788-1860): "Sendo assim, as ciências adquiriram uma tal amplitude em suas dimensões, que alguém com a pretensão de realizar algum empreendimento científico deve se dedicar apenas a um campo muito específico, sem dar importância a todo resto. Nesse caso, ele de fato se encontrará acima do vulgo em seu campo, no entanto será como qualquer pessoa em todos os outros. Além disso, torna-se cada vez mais comum hoje em dia o descuido com as línguas antigas cujo aprendizado parcial de nada serve, contribuindo para decadência geral da cultura humana. Com isso veremos eruditos que, fora do seu campo específico, são verdadeiras bestas." Este livro escrito no séc. XIX é profundamente atual, vemos isso todos os dias, verdadeiras bestas se entitulando de doutores e achando que são melhores do que qualquer outra pessoa. A competitividade acirrada que permeia e modifica o comportamento da sociedade hodierna veio a trazer mais distorções, pois há mesmo aqu

Fiasco - Comemorações da chegada da família real

Como eu previ as comemorações da vinda da família real para o Brasil foram um fiasco. O povo não deu importância, o poder público negligenciou, para este afundar milhares de reais no carnaval é mais imporatnte do que homenagear um fato histórico ímpar e que foi o fator primordial para a coesão do território nacional. Portanto se hoje somos uma nação única e que compartilha um único território devemos isso a esta efeméride. No Brasil o mais importante é o carnaval, tanto é que o pouco que se fez parecia um pouco disso com aquelas imitações toscas e rídulas de D. João VI e Carlota Joaquina, que mais pareciam o rei momo e sua corte. A rede globo foi a única a dar importância e foi a que mais divulgou, mas o que se via na cidade era a total indiferença. A quinta da boa vista abandonada vergonhosamente, o centro do poder na época do Império e do Reino Unido, hoje está jogado às traças sob a administração falida da UFRJ. O Brasil é capaz de piorar a cada dia. Não me surpreendo mais, aqui é s