O Rio de Janeiro Roleta Russa

Fui assaltado, finalmente aconteceu comigo o que já vem sendo registrado com outras pessoas próximas. Chegou a minha vez. É assim que se vive hoje nesta cidade, esperando que chega a vez de ser assaltado ou sofrer alguma violência direta. O pior é que meu filho estava no carro e diante das inúmeras histórias envolvendo crianças nestes últimos anos pode-se perfeitamente se avaliar como eu me senti. Mas vivemos em uma cidade roleta russa, onde estamos esperando simplesmente chegar a nossa vez. O Rio de Janeiro encontra-se submerso num lodaçal de corrupção e banditagem. Temos que retirar a palavra marginal do dicionário, os bandidos estão infiltrados em todas as instituições, vestindo togas, legislando, administrando e governando. Onde esse estado de coisas vai nos levar? simplesmente na nossa vez de sofrer não uma, mas inúmeras violências, até quando nos permitam sair vivos.
Outro ponto é a violência indireta, esta sim mais pernciosa, infiltra-se no nosso subconsciente, nos fazendo mudar o comportamento, nos tolhendo a liberdade de fazer o que queremos e de ir aonde queremos. Somos reféns de uma cidade, de um estado invertido de coisas, onde somos vítimas a cada minuto, todos indiferentemente. O pior é que trabalhamos muito e pagamos caro por isso. Até quando?
Infelizmemente, na minha percepção, a situação tende a piorar antes que melhore, e não sei se quero estar presente para assistir algo mais grotesco e indescritível acontecer. Se permitir-me continuar serei um cúmplice de minha própria desgraça, como numa roleta russa.

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